terça-feira, 7 de junho de 2011

A VIDA FORA DO MUNDO FÍSICO


Pelo saudoso Tumuchy
           A ENCARNAÇÃO

         “Na casa de meu Pai existem muitas moradas” – a
expressão evangélica é o paradigma de referência para a crença na habitabilidade de outros mundos. Mas, pouco ou nada sabemos como os espíritos moram nessas paragens, como são seus corpos ou sua vida social. Admitindo a reencarnação, teremos que acreditar que o espírito vem de algum lugar organizado e no âmbito de um planejamento reencarnatório. A literatura espírita nos traz algumas revelações, as quais, devidamente escoimadas do formalismo humano, se coadunam perfeitamente aos objetivos desta doutrina.
         Assim, podemos aceitar que o espírito vem de um sono hibernal e que traz, no âmago do seu ser, a memória sintética das experiências anteriores. Ele vem para a Terra a fim de completar o ciclo dessas experiências, retificar os erros de sua trajetória ou retomar alguma tarefa interrompida em encarnação anterior.
         Além da razão do espírito vir para a Terra, existem muitas perguntas em torno das finalidades da existência humana. Cremos, porém, que as respostas serão sempre aleatórias, pois se trata de especulação da mente divina, fora da nossa capacidade psicológica.
         Mas, se o espírito traz consigo sua memória de atividades anteriores, temos que aceitar ser a atual a resultante dessas experiências, desse condicionamento. O equilíbrio do Homem consiste, justamente, em harmonizar suas três faixas vibratórias com o mapa desse roteiro. O ser humano só é equilibrado quando vive em paz consigo mesmo, com os caminhos que escolheu anteriormente, com a trajetória de seu próprio espírito.
         O processo reencarnatório é a morte às avessas, a exaustão da vivência em determinada faixa e o início em outra faixa – o espírito deixa um mundo e penetra em outro. O sistema gestatório é a forma mais perfeita para essa transferência. As vibrações sutis que presidem a fecundação e a formação do ser têm justamente as condições estáticas  do ponto morto da Física.
         O anseio que preside a alma de retorno às origens, a imensa saudade das condições pré-natais, tem sua origem nesses momentos de não ser, que vão desde o ato do amor até o nascimento, quando cessa o não ser, não existir, e se chora por se tornar um ser que passa a existir. É o mistério do amor, da criação.


Trino Tumuchy
Mario Sassi